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Musicoterapia e envelhecimento ativo: a contribuição da musicoterapia na saúde do idoso.


Introdução


O constante crescimento demográfico da população idosa mundial motiva uma série de ações a serem adotadas pelas organizações de saúde. Objetivando a melhoria da qualidade de vida dos membros dessa faixa etária, a musicoterapia encontra uma área de atuação significativa na prevenção de doenças e promoção do envelhecimento ativo.

Envelhecer ativamente é considerada meta pela Organização Mundial de Saúde (OMS) sendo inseridas dentro desse conceito medidas que oportunizem a assistência a saúde, o bem estar e o envelhecimento digno.

Sendo considerada uma terapia auto expressiva, a musicoterapia auxilia no exercício da cognição atuando de maneira criativa na expressão de conteúdos emocionais como a resolução de conflitos, a melhoria da auto imagem, a minimização de traumas, a superação de obstáculos, o desenvolvimento de competências pessoais e o treino de habilidades sociais,

Desde 2005 a OMS confirma o elo existente entre ausência de prevenção / surgimento de doenças crônicas conclamando a sociedade a adquirir um novo olhar sobre o processo de envelhecimento. A musicoterapia, baseado-se em pesquisas neurocientíficas e terapêuticas, vem intervindo na forma de olhar a velhice estimulando a capacidade física, emocional e social dos integrantes da melhor idade.

Segundo Landrino, Assumpção e Souza (2006), a função da musicoterapia é criar, manter e fomentar a comunicação, resgatando a espontaneidade perdida pelo homem ao longo de sua existência.

Esse trabalho busca levantar aspectos relevantes da aplicação da musicoterapia na geriatria, relatando registros bibliográficos que legitimem sua contribuição no envelhecimento saudável e ativo.



Desenvolvimento


Nos últimos anos um aspecto demográfico tem se manifestado: o crescimento da populacional idosa mundial. Em países como o Brasil é percebido o reflexo desse fato através da criação do Estatuto do Idoso, documento que regulamenta direitos prioritários aos idosos, entre eles o direito à saúde, à dignidade e ao lazer.

Viver mais implica alguns questionamentos quanto a qualidade dessa expectativa de vida envolvendo fatores individuais, psicológicos, biológicos, sociais e emocionais. Mesmo sendo uma expressão comum, a ideia de “Viver mais e melhor” tem ecoado positivamente e encontra base na conceituação do envelhecimento ativo pela OMS.


“O objetivo do envelhecimento ativo é aumentar a expectativa de uma vida saudável e a qualidade de vida para todas as pessoas que estão envelhecendo, inclusive as que são frágeis, fisicamente incapacitadas e que requerem cuidados” (OMS, 2005).


As limitações motoras e cognitivas nitidamente presentes no cotidiano reforçam a necessidade de semear o bem estar. Penna (2010) afirma que viver mais é uma das principais conquistas do homem contemporâneo, mas essa sobrevida deve ser vivida com qualidade, felicidade e participação ativa na sociedade.

Cuidar do idoso solicita um diálogo interdisciplinar e multiprofissional englobando aspectos físicos, psicológicos e sociais, sendo a integração dessas áreas uma influência direta na saúde geral do mesmo.

O avanço das pesquisas científicas faz surgir uma série de prognósticos favoráveis a utilização de terapias auxiliares, nas quais encontramos a Musicoterapia, como forma de tratamento coadjuvante ao médico onde são utilizados, segundo Baranow (1999), os efeitos que a música pode produzir nos níveis físico, mental, emocional e social, mobilizando, para Bruscia ( 2000 ), todos os sentidos do homem a produzirem estímulos motores, táteis e visuais, sendo seus aspectos multissensoriais ideais para uso terapêutico.

“Cada vez mais, o tratamento musicoterápico com pessoas na terceira idade estimula, a partir do prazer de cantar, tocar, improvisar, criar e recriar musicalmente, o redescobrir das canções que fizeram e fazem parte da sua vida sonoro-musical” (SOUZA, 2002).

O uso da musicoterapia facilita o resgate da identidade sonora do idoso, tecendo afetivamente por meio do repertório uma trama histórico musical, por consequência há uma melhoria na perspectiva da autoestima e autocofiança do paciente, bem como, o acesso a zonas psíquicas que as palavras não conseguem acessar. Por ser também uma linguagem não verbal, o fazer musical estimula interconexões cerebrais e a criatividade dos pacientes. No campo das relações sociais, a terapia musical fortalece o idoso em suas relações interpessoais refletindo na vida em família e em comunidade.

Nas sessões de musicoterapia com idosos as atividades executadas trabalham expressão corporal, dança, atividades rítmicas com instrumentos musicais, audição musical e a expressão vocal, sendo esse vastamente explorado como recurso para comunicação, satisfação e interação social.

A musicoterapia registra benefícios como melhoria e restabelecimento na memória, fomentando uma transformação na perspectiva da memória passada e uma construção da memória presente.

No campo da linguagem falada, percebesse a manutenção de aspectos da fala / articulação e linguagem / vocabulário, como também o restabelecimento da oralização em pacientes sem nenhuma comunicação oral.

Cabe destacar o papel de coadjuvante da musicoterapia em tratamentos de patologias típicas da terceira idade como hipertensão, Alzheimer e Parkinson, dos quais pesquisas atuais em Gerontologia monitoram resultados significativos em pacientes acompanhados por musicoterapeutas em sua terapia auxiliar.



Conclusão


A Musicoterapia promove melhoria na qualidade de vida dos pacientes da terceira idade em vários aspectos, dentre eles estão: manutenção de aspectos cognitivos e motores, recuperação da autoestima, preservação e construção de memórias e estimulo a criatividade. Através da música o prazer de viver a melhor idade de forma ativa e saudável é vislumbrado.

Concluímos ser esse campo uma área promissora de atuação para o musicoterapeuta, fazendo-se necessário ao profissional contextualizar sua prática e reconhecer o universo da geriatria, abrindo novas possibilidades entre a musicoterapia e a busca do envelhecimento saudável, sendo mais um recurso para que o idoso se mantenha ativo e integrado.





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Referências

BARANOW, Ana Léa Von. Musicoterapia uma visão geral. Rio de Janeiro: Enelivros, 1999;

BRUSCIA, K. E. Definindo Musicoterapia. Tradução por Mariza V. F. Conde.2.ed.Rio de Janeiro: Enelivros, 2000;

LANDRINO, Norma. ASSUMPÇÃO, Martha Tannus Vianna. SOUZA, Márcia Godinho Cerqueira. “Musicoterapia Clínica e sua atuação na casa gerontológica de Aeronáutica Brigadeiro Eduardo Gomes”. In: O desafio multidisciplinar: um modelo de instituição de longa permanência para idosos. São Caetano do Sul: Editora Yendis, 2006;

PENNA, Adriana Marina. “Práticas de gestão em saúde da pessoa idosa”. Guia de estudo 03. Minas Gerais. Editora Prominas, 2010;

SOUZA, Márcia Godinho Cerqueira. “Musicoterapia e a clínica do envelhecimento”. In Papaleo, M.N. Tratado de Geriatria e Gerontologia. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 2002.

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